sexta-feira, 6 de julho de 2012

Detalhes do projeto preliminar

Segue a planilha do planejamento realizado meses antes da viagem, em geral saiu tudo como previsto. Ela não foi atualizada com os dados reais. 
























terça-feira, 26 de junho de 2012

Considerações


    Algumas pessoas perguntam:  “valeu mesmo a pena?”; “faria de novo?”. Sem dúvida alguma valeu a pena! E faria de novo! Foi uma experiência inesquecível. Um pouco de mim ficou pelo caminho e uma outra parte voltou diferente. A realização do sonho é o fruto do estudo, do trabalho, foi o objetivo e o meio. A satisfação reflete não apenas os poucos 26 dias. 
    Passei por muitas situações: prazerosas, dolorosas, engraçadas, tristes. A dualidade existiu em tudo, e assim a tornou mais interessante. Sai com medo e o fui controlando pelo caminho. O medo é necessário, te previne, em alguns momentos eu o defrontei, mas a tranquilidade foi a solução. Estava preparado para aceitar qualquer acontecimento. Senti a proteção das largas asas de meu anjo.
    A aparente solidão da viagem era vencida pelos pensamentos introspectivos, o autoconhecimento. Tudo aquilo que não temos tempo de pensar no dia-a-dia agitado é levado à tona. Estava aberto, e assim pude conhecer muitas pessoas legais, em todo posto, albergue, restaurante, foram muitas figuras. Sai com uma descrença em relação ao ser humano, achava que ele era o perigo, a maldade dominante, achava que deveria estar atento pois haveria sempre alguém a espreita pronto para prejudicar. Errei, ainda existem muitas pessoas boas, que não foram corrompidas. No cotidiano da cidade grande, das pessoas importantes, não existe o outro. Em toda a simplicidade e a aparente pobreza das comunidades que passei, a felicidade era clara.
    Não fui conclusivo, espero poder repensar e reescrever tudo daqui a algum tempo quando poderei compreender melhor a experiência que passei e poder compara-lá com as próximas aventuras.

"O Mundo está nas mãos daqueles
que tem coragem de sonhar,
e correr o risco
de Viver seus
SONHOS"

Obrigado as mulheres da minha vida: Vó Isaura, Ramira, Lena e Pri! Sem o apoio e proteção de vocês nada seria possível, a começar pelo o que eu sou. E desculpa pelo sofrimento dos dias sem notícia, dos riscos envolvidos e tuuudo mais.  

"A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo." (Fernando Pessoa)
"A águia voa sozinha, os corvos voam em bandos. O tolo necessita de companhia, o sábio necessita de solidão!" (Friedrich Rückert)
“ Se um homem não descobriu algo pelo que morrer, não está preparado para viver”. (Martin Luther King)
"Deixe o mundo mudar você e você poderá mudar o mundo." (Ernesto "Che" Guevara)


  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dia 26 - 02/05 - Araraquara/SP - Rio de Janeiro/RJ

Distância: 670km

    Sai de Araraquara com muita precaução, tentava não forçar muito a moto, a relação de transmissão estava nitidamente no fim da vida. Meu maior vacilo foi não ter levado uma relação reserva, estava no planejamento leva-la, a retirei da bagagem para liberar espaço e acreditando que sua vida útil seria suficiente. Na divisa com o Rio, quando estava radiante de felicidade por estar de volta ao lar, tenho uma surpresa... Nova quebra de corrente! Na verdade ela saiu da coroa e travou entre o pinhão e o motor. Depois de penar um pouco consigo colocá-la no lugar, agora ela estava consideravelmene empenada, o que resultava num barulho nada agradável. Vi que não podia aumentar muito a rotação, caso contrário ela iria sair da coroa novamente.
    Assim segui por todo o caminho a no máximo 60km/h até chegar em Campo Grande, casa da minha mãe!!!





Dia 25 - 01/05 - Jatai/GO - Araraquara/SP

Distância: 690km

    Chego em Araraquara com tranquilidade, cidade que tenho grande apreço, aonde vivi por 12 anos. Lá ficaram grandes amigos. Constatei que a relação (de transmissão) estava muito desgastada, pensei em ficar um dia na cidade para troca-la, mas decidi arriscar e seguir adiante.

Dia 24 - 30/04 - Chapada dos Guimarães/MT - Jatai/GO

 Distância: 630km

    Sai da chapada debaixo de muita chuva, a princípio meu destino era São Simão. Não foi possível completar meu objetivo, mais uma quebra de corrente, porém desta vez um caminhão passou por cima da corrente, ela ficou trucidada! Empenou de todas as formas possíveis. Tirei um elo da corrente e fui desentortando com duas chaves allen, no final ficou "quase nova". Quando fui montar com o novo elo de emenda que tinha, vi que este era menor do que deveria ser, depois de gastar algum tempo tentando fechar a emenda, para uma viatura da polícia rodoviária, penso logo "fudeu vou tomar uma dura". O policial chega super simpático perguntando se precisava de ajuda, vendo que eu  estava um pouco enrolado, ele faz sinal para uma picape que estava passando e pede para o motorista me levar até a próxima cidade para arrumar a corrente. Jogamos a moto na caçamba da velha D20 e seguimos até a cidade, chegando lá ele me deixa numa oficina, o mecânico super gente boa arrumou um elo maior e conseguimos instalar a corrente. Quando estava feliz e contente para seguir a viagem, tento ligar a moto e nada, nem dava sinal! Na hora percebi que a corrente havia se chocado com o carter e quebrado parte da proteção do motor, disse a ele que o fio do neutro estava com mal contato. Depois de futucar muito na parte elétrica ele fez uma gambiarra que a moto pegou. Assim consegui seguir com um grande atraso. Cheguei a noite em Jatai e pernoitei no hotel Itamaraty (R$53,00).

Dia 23 - 29/04 - Chapada dos Guimarães/MT

    Como planejado iria tirar um dia na cidade para revisar a moto e conhecer a chapada. Apenas a primeira opção foi possível, choveu praticamente o dia inteiro, que ócio! Fiquei um pouco frustrado por não ter conhecido a chapada. Fiz a segunda troca de óleo da viagem, esta com mais de 6000km, foi um pouco mais tarde do que havia planejado. Pernoitei na pousada São José (R$60,00).



Dia 22 - 28/04 - Vilhena/RO - Chapada dos Guimarães/MT

Distância: 830 km

    Neste trecho há duas estradas possíveis que seguem paralelas, peguei a mais ao sul, esta em melhores condições e tem menos tráfego de caminhões. A chegada à chapada foi com chuva, avistei apenas de relance o visual da chapada. Pernoitei na pousada São João (R$60,00).

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dia 21 - 27/04 - Porto Velho/RO - Vilhena/RO

Distância: 706 km

    Pernoitei no hotel Mirage (R$80,00), hotel excelente! O dono se chama Nunsio, um motociclista gente finíssima, oferece muito suporte e um bom desconto aos aventureiros.
 


terça-feira, 29 de maio de 2012

Dia 20 - 26/04 - Rio Branco/AC - Porto Velho/RO

Distância: 505km

    Na metade do trajeto tive uma imprevisto, qdo estava ultrapassando um caminhão em torno dos 120km/h a corrente arrebenta! Foi um susto imenso, a rotação do motor foi ao máximo. Pensei, "ferrou, quebrei o motor"...rss Depois vi que foi apenas a corrente, parei a moto e voltei correndo para resgatar a corrente, estava a algumas centenas de metros. Em poucos minutos a instalei de volta com um emenda que havia levado. Assim segui até Porto Velho, pernoite no Hotel Tia Carmen (R$35,00).

Dia 19 - 25/04 - Puerto Maldonado/PE - Rio Branco/PE

Distância: 560km

    A fronteira PE/BR está próximo a Puerto Maldonado, quando cheguei a Iñapari no lado peruano da divisa não avistei a aduana, assim fui seguindo, parei na polícia federal já no lado brasileiro. Pensei em seguir direto, já que tinha meu passaporte carimbado para saída (tudo foi planejado quando entrei no peru já carimbei a saída..rss). Mas conversando com o policial federal resolvi voltar para legalizar a situação, tomei uma bronca do policial peruano, ele disse que outros sete motociclistas fizeram o mesmo. Depois de mais carimbos e fichas retorno para o trajeto. Quando adentrei à pátria amada e parei no posto em Assis Brasil, o frentista perguntou "comum ou aditivada", fiquei feliz em ouvir essas palavras em português! Já me sentia em casa e seguro.
    A estrada até Rio Branco em geral está em boas condições, apenas alguns trechos que possuem um série de crateras (cai numa dessa é ida sem volta). Em um restaurante em Brasiléia encontrei com o grupo do Rio, sairam um pouco antes de mim, alguns km`s a frente vejo a galera na beira da estrada, tinha furado o pneu de um deles, apesar de estar numa KTM o pneu dele estava careca, parei para dar um suporte (estava bem preparado com ferramentas e materiais para reparo de pneu) e segui adiante. Pernoitei no Hotel Shalon (R$35,00).

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dia 18 - 24/04 - Ollantaytambo/PE - Puerto Maldonado/PE

Distância: 582km
Elevação: 197m (máximo de 4694m)

    Sai de Ollanta com destino a Puerto Maldonado, sai de 3384m de altitude para 197m. Para cruzar a cordilheira enfreitei um frio considerável, e na altitude máxima uma neblina e chuva também. Em alguns trechos haviam "rios" que cruzavam a pista, além de diversos animais, burro (por muito pouco não o atropelei, pode ser visto no video abaixo), cachorros, etc.. Puerto Maldonado esta no meio da selva, muitas casas de madeira e palafita, foi um longo trecho adentrando mata fechada. Pernoitei no Hostel Tambopata (40 soles).







terça-feira, 22 de maio de 2012

Dia 17 - 23/04 - Cusco/PE - Ollantaytambo/PE

Distância: 90 km
Altitude: 3384 m

    Acordei as 3hrs da madrugada para ir para Ollantaytambo, de lá iria pegar o trem para Águas Calientes as 5:40. Haviam dois caminhos para chegar ao destino, para variar a XT escolheu a "ruta aventura" novamente, outra estrada não pavimentada, decidi retornar e pegar outro caminho. Assim me atrasei um pouco, chegando em Ollanta me dirijo para o Hostel que haviam me indicado anteriormente, depois de chamar por um bom tempo a senhora aparece e diz que não havia garagem para a moto. Estava em cima da hora e não sabia aonde deixar a moto, segui em direção a estação do trem e visualizei um outro Hostel, nesse consegui um quarto e garagem para a moto, sai correndo para pegar o trem. Ufa consegui chegar a tempo, o trem vai margeando o caldaloso rio Urubamba entre montonhas vertiginosas. Consegui tirar um cochilo, tinha curtido um pouco da noite em Cusco, foram poucas horas de sono. Chegando em Águas Calientes, comprei as passagens do ônibus para a subida/descida de Machipicchu (50 soles). O ônibus sobe num zigzag beirando o precipício. A chegada até Machupicchu é linda, impressionante. Tirei muitas fotos, e fui para a entrada da subida até Waynapicchu, foram muuuuitos degraus, mas cada vez que olhava para trás tinha um visual de Machupicchu de outro ângulo, e meu fôlego era recarregado. Subi até o topo, não satifeito resolvi ir até a Gran Caverna, agora foi uma descida longa, a chegada não foi tão compensatória, restou mais um longo trecho até Machipicchu. Depois de absorver um pouco da energia deste lugar sagrado me dirijo para a saída, e me deparo com um arco-íris formado no sopé da montanha. Desci até Águas Calientes e lá me reencontro com o grupo de motociclistas cariocas, estávamos com o mesmo cronograma e eles iriam seguir até Rio Branco para embarcar as motos no caminhão e pegar o avião. Faço uma bela refeição (um rocoto relleno acompanhado com a saborosa cusquenha, a comida peruana foi a melhor!) e pego o trem para retornar até Ollanta.     




                                              








segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dia 16 - 22/04 - Cusco/PE

    Depois de uma boa noite de sono no Hostel Adventure Brew (12 dolares) acordo para a excursão pelo vale sagrado (contratado por 55 dolares em Arequipa), depois de tanta aventura achei que ser um turista normal poderia ser legal. Depois de desencontros e atrasos por conta da agência, chego ao micro-ônibus para o passeio, quando entro no ônibus tenho uma surpresa, era um passeio da terceira idade... Que sofrimento, o passeio foi naquele ritmo, agonia pura! Muitas feirinhas, paradas, etc. Me arrependi de não ter feito as visitas por conta própria também. É necessário comprar um ticket que lhe permite ingressar nas diversas ruinas ao redor de Cusco, existem dois tipos um vale por apenas dois dias e da direito a poucas visitas outro é mais abrangente. Visitei as ruinas de Pizac, Ollantaytambo e algumas feirinhas. O que valeu a pena foi a rica explicação do guia sobre a história das ruinas. Tive muita sorte de comprar ingresso para Machupicchu apenas para o dia 23 e vale sagrado dia 22, assim restou um dia de contingência, ele foi utilizado para chegar em Cusco por conta do trecho imprevisto de rípio na saída de Arequipa.